MODELOS – jornada 3

Rio Ave

A aparição de Spikic

O Rio Ave dá passos em frente na construção duma equipa mas o Sylaidopoulos tem uma ideia de jogo. Precisa entrosá-la e definir os melhores interpretes. Parte de três centrais mas todos pesados para sair a jogar pelo que a equipa só começa a existir verdadeiramente a partir do meio-campo. Aguilera funcionaria melhor num triângulo do meio-campo. Num 3x4x3 com dois médios de perfil sente dificuldade. Aparece a espaços.

Como apareceu, nesse local, na parte final, um jogador de vocação até mais ofensiva na posição, quase ala ou médio-segundo avançado que é o croata Spikic, 26 anos. Jogador feito, tem técnica, mudança de velocidade, visão e criatividade. Olhem bem para ele.   

Vendo Famalicão e Gil Vicente

Foi um daqueles bons jogos de 0-0. O Gil Vicente apareceu bem a controlar o jogo interior em três linhas, com Caseres atrás como “6” de ir a todas, Luis Esteves a tricotar a “10” e Santi Garcia adiantado como “gatilho de pressão”. Com isso, o Gil estava colectivamente melhor no jogo mas, estando a comentar disse que, apesar disso, sentia o Famalicão… mais perigoso.

Tem a ver com o modelo diferente de fazer a transição defesa-ataque, onde busca rapidamente a profundidade e largura dos alas que buscam logo, com poder individual de fazer a diferença, uma diagonal de remate. É o estilo de Gil Dias e sobretudo Sorriso. Mesmo tendo um dos melhores “6” posicionais do campeonato, Van de Looi, este Famalicão fica mais perigoso quanto mais o jogo ficar partido.

Assim foi até o saco das dez substituições travar o jogo na parte final. Foi quando Luís Esteves já saira estourado fisicamente pelo que tanto tivera de correr também a defender. Concordo que todos devem defender, mas acho que uns devem defender mais do que outros, para deixar o jogador-diferenciador respirar um pouco e estar sempre inteiro para quando entrar o ataque. O bom e influente futebol de Luís Esteves precisa desse cuidado.

Resistir até ao limite

O Aves aguentou nos limites do heroísmo em Braga depois de se ver a ganhar nos dois ataques que fez ainda na primeira-parte. Para fechar os caminhos para a sua baliza, estreou Diogo Spencer, lateral-direito com potencial emprestado pelo Benfica. No papel, era um ala mas tornou-se quase uma “duplicação de laterais”. A defender a equipa fechava a “5” (com Molina dentro). Acabou corroído pelas caimbras mas pode ser uma revelação do campeonato.

A equipa busca ganhar corpo a meio-campo para se tornar mais competitiva. Rafael Barbosa vai a todas as bolas até se esgotar e Tunde saiu talvez cedo demais. Sofreu o empate a acabar mas já era humanamente impossível  a Santos e Devenish resistirem mais. 

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