“Ás vezes, o impacto do compromisso dum só jogador influi na equipa de forma taticamente exagerada”
É um ponto pacifico em qualquer debate tático moderno: não existe equipa que aguente dois ou três jogadores que não participem na recuperação da bola. Podem estar na frente avançados fantásticos que se desligam nesse momento, o coletivo todo desmorona-se.
A melhor prova disso foi quando o PSG juntou Messi, Neymar e Mbappé no ataque, esperando assim ganhar tudo e nada disso sucedeu. Se não existir trabalho de primeira pressão dos avançados como os “primeiros defesas” é impossível tal de ser depois compensado atrás pelos médios (e muito menos quando o adversário, mesmo sem supercraques, chega junto dos defesas).
Muito por isso, agora que o PSG foi campeão europeu este ano jogando um futebol tecnicamente de encantar, o momento do seu jogo que foi mais divulgado (das stories, tik-toks, universidades e até mais complexos quadros táticos) foi a imagem de Dembelé preparado para arrancar para pressionar o inicio de construção do adversário.
Parecia um “cão de caça” à espera do primeiro movimento da presa para arrancar e roubar-lhes a bola. E, assim era, de facto., apesar de na base do jogo coletivo andar um meio-campo de luxo com bola (Vitinha-Ruiz-Neves) para, depois, sim, aparecer outra vez Dembelé, a voar baixinho por entre os confundidos defesas adversários (mais Doué, Barcola, Ramos, etc, tudo gente terrena de quem sentimos poder ser amigos e encontrar na esplanada).
Convites a pressionar
Ás vezes, o impacto do compromisso (ou falta dele) dum só jogador influi numa equipa de forma taticamente exagerada.
O FC Porto desta época tem sido elogiado sobretudo por ter no principio da sua intensidade competitiva, uma atitude de pressão alta que começa logo como pressiona na frente com dois homens em cima dos centrais adversários que querem sair a jogar, saltando-lhes o ponta-de-lança (missão que Samu faz até ter uma lesão muscular nesse sacrifício) mais um ala por dentro (que Farioli alterna entre ser Borja ou Pepê e, com isso, diz por onde está a convidar o adversário a sair para o apanhar depois melhor, isto é, com mais possibilidades de recuperar rápido a bola).
Vejam as diferenças
Este tipo de “futebol reativo” provoca um efeito virtuoso em toda equipa e bancadas muitas vezes não pelo verdadeiramente faz (efeitos práticos no jogo) mas sim porque contagia toda uma atitude competitiva.
Por exemplo, Francisco Moura evoluiu desde da época passada porque mudou a sua mentalidade, não por ter melhor condição física. William Gomes não tem mais resistência, tem é maior concentração de energia para as jogadas de ataque em que se sabe que pode marcar a diferença. Borja corre como um gregário pelos locais onde mais ninguém aparece. Pepê continua a ser quem perde mais vezes a bola porque é quem arrisca mais com ela por espaços de engarrafamentos no ataque.
Num dia bom, ganham o jogo mais difícil assim. Vejam em Alvalade e contra o Braga.





